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Apresentação

O vento não foi uma descoberta recente, nem tem qualquer custo associado. Ao longo dos séculos este recurso foi utilizado para produzir energia suficiente para a moagem de cereal ou ainda para elevar o nível da água nos Países Baixos.

A extinção dos recursos fósseis obriga a procura de novas soluções de produção de energia e a produção eólica toma um lugar de destaque nos recursos renováveis. A Dinamarca apresenta uma taxa de 30% de injeção de energia eólica e ambiciona ser completamente independente de qualquer combustível fóssil. Portugal também apresenta bons índices de penetração destacando-se no segundo lugar a nível Europeu.

A estratégia de expansão deste recurso procura novos locais onde integrar parques eólicos, sabendo que o vento abunda em locais altos, já muito explorados, e junto às zonas costeiras, onde existe um grande índice populacional. A produção offshore surge como uma excelente alternativa a ser explorada nos próximos anos. 

O transporte desta energia dos parques offshore até à costa (onshore) pode ser feita através de corrente alternada (HVAC) ou corrente contínua (HVDC). Para grandes distâncias, a primeira apresenta um valor de perdas muito elevado devido à energia reativa inerente, enquanto que uma estratégia HVDC apresenta um valor de perdas no transporte bastante reduzido, devido à inexistência de energia reativa e surge como a alternativa a explorar num futuro próximo.

No decurso dos últimos anos, a Europa tem assistido à discussão de vários planos relativos ao desenvolvimento das redes elétricas offshore em resultado da necessidade de criar condições para a integração de parques eólicos offshore, incrementar aos níveis de segurança das redes de transporte e criar as condições para o estabelecimento do mercado europeu da energia elétrica. Na perspetiva da operação das redes elétricas, condicionalismos tecnológicos justificam a necessidade da utilização de Corrente Contínua em Alta Tensão (CCAT) e Conversores Fonte de Tensão (CFT) para o desenvolvimento das referidas redes, por oposição à utilização de soluções convencionais baseadas em ligações de Corrente Alternada (CA). Simultaneamente, aspetos relacionados com a fiabilidade e flexibilidade de operação têm fomentado o desenvolvimento do conceito de redes de Corrente Contínua Multi-Terminal (CCMT), em linha com a evolução preconizada para as redes de transporte pan-europeias. No que diz respeito às redes CCMT, a sua operação tem vindo a ser explorada com base em técnicas que exploram o conceito de controlo de tensão distribuído. Essas estratégias envolvem uma metodologia de controlo em que cada conversor associado a uma rede AC continental é controlado com um estatismo que relaciona a tensão do barramento DC com a corrente ou com a potência injetada nesse mesmo barramento. Importa portanto desenvolver metodologias sistemáticas que permitam a definição desses estatismos tendo em vista a otimização das condições de operação (minimização de perdas). 

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